sexta-feira, 12 de julho de 2013

O POVO CONTRA A REDE GLOBO.

 O Povo Contra a Rede Globo


O povo cansou, cansou dos políticos, cansou da corrupção, cansou dos péssimos serviços públicos, cansou dos altos impostos e cansou de ser manipulado pela Rede Globo de Televisão. Saiu as ruas para protestar contra tudo e contra todos, principalmente protestar contra a Rede Globo, a maior emissora de TV do país e uma das maiores do mundo. 

Uma emissora poderosa, tão poderosa que mantém sob seu domínio os poderes e as pessoas que hora ocupam o poder. Presidentes, Governadores, Senadores, Deputados, Prefeitos, Juízes, Procuradores, Militares, Empresários e até os bandidos, todos neste país tem medo da rede Globo. 

A emissora recentemente massacrou  a PM do Rio de Janeiro porque políciais mataram um dos bandidos mais perigosos do país, o Matemático. Rede Globo Acusa Polícia em Ação Que Resultou na Morte do Traficante Matemático.


Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF, tinha exata noção do quanto a Globo manda no Brasil.  Certa vez, debochou das  denúncias e manifestação do povo contra ele. Tripudiou da mídia brasileira e afirmou não temer as denúncias a seu respeito veiculadas na mídia nacional. "Caguei, caguei de montão", declarou. “Quanto mais tomo pau da Record, fico com mais crédito na Globo. Só vou me preocupar quando sair no Jornal Nacional”, disse Ricardo Teixeira, protegido da Rede Globo na época.

A Rede Globo protegia Ricardo Teixeira porque tem negócios com a CBF que envolve muito dinheiro no futebol. 

Os gritos de "Rede Globo o povo não é bobo" ecoam pelo país, refletindo a opinião da maioria da população, que considera que a Rede Globo manipula a opinião pública de acordo com seus interesses. Pouco se importando com os interesses do povo.


A Rede Globo fatura bilhões do Governo Federal, Petrobrás, Banco do Brasil, Correios, BNDES, Caixa Econômica Federal, Governos Estaduais e Municipais. Boa parte do dinheiro do povo vai para os cofres da Rede Globo através de verbas publicitárias bilionárias.

Somente do Governo Federal, sem conta a verbas de autarquias e empresas do governo, a Globo recebe em média R$ 500 milhões de reais por ano de  verbas publicitárias. 

A Rede Globo recebeu R$ 6 bilhões de reais nos últimos 12 anos, em que o Brasil foi comandado pelo PT. 


Além disso, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) está abrindo linhas de crédito para o financiamento das dívidas do setor de comunicação, beneficiando a Rede Globo que deve cerca de R$ 8 bilhões de reais.  Essa é astronômica dívida da Globo, segundo relatório da Price Waterhouse Coopers – Auditores Independentes, assinado por William J.N. Graham

Detentora dos direitos de transmissão da Copa do Mundo em 2014, a Rede Globo é uma das empresas que mais vai faturar com a Copa no Brasil. Copa de estádios super-faturados e que vai gerar para a FIFA um lucro de R$ 10 bilhões de reais.



Copa essa que foi prometida que teria investimentos de 80% da iniciativa privada,  mas que tirou do bolso do povo R$ 28 bilhões de reais.

 Copa que o o povo brasileiro só poderá assistir pela TV, claro contribuindo para a  Rede Globo ganhar mais audiência e dinheiro. "Imaginem o que nós vamos ter que construir de obras de infra-estrutura, o que a iniciativa privada vai ter que construir de palcos para os eventos", Disse  Lula na época.  Mentiu, enganou o povo. Apenas 16% dos valores investidos nos estádios são da inciativa privada.  84% dos custos das modernas arenas, saiu do bolso do povo.



O que move a Rede Globo não é o sentimento de patriotismo pelo Brasil. a Rede Globo promove o sentimento de patriotismo para lucrar em cima dele. O que move a Rede Globo é o dinheiro, dinheiro que sai aos bilhões do bolso do povo para os cofres da emissora.

Por isso a Rede Globo teve que tirar seus profissionais das ruas na maior manifestação da historia desse país. Cobriu a manifestação do alto dos prédios e  de helicópteros,  escondendo os carros e  logomarca da emissora. 

O povo foi as ruas para protestar, protestar contra tudo e contra todos. Protestar principalmente contra a Rede Globo. O som ainda vai ecoar pelo Brasil: "Rede Globo, o povo não é bobo".

terça-feira, 30 de abril de 2013

O Idealismo Lógico: Hegel



Com o idealismo absoluto de Hegel, o idealismo fenomênico kantiano alcança logicamente o seu vértice metafísico. Hegel fica fiel ao historicismo romântico, concebendo a realidade como vir-a-ser, desenvolvimento. Este vir-a-ser, porém, é racionalizado por Hegel, elevado a processo dialético; e este processo dialético não é um movimento a quo adi quod, e sim um processo circular, emanentista.
Jorge Guilherme Frederico Hegel nasceu em Stutgart, em 1770. Estudou teologia e filosofia. Interessou-se pelos problemas religiosos e políticos, simpatizando-se pelo criticismo e pelo iluminismo; em seguida se dedicou ao historicismo romântico. Aproximou-se dos sistemas de Fichte e de Schelling, afastando-se deles em seguida até combatê-los quando professor nas universidades de Jena, Heidelberg e Berlim. Nessa última universidade lecionou até há morte, adquirindo grande renome e exercendo vasta influência. Faleceu em 1831 vítima de cólera. Renunciara, entrementes, aos ideais revolucionários e críticos, para favorecer as tendências absolutistas e intransigentes do estado prussiano.
Em seus últimos anos, torna-se suspeito de panteísmo; alguns o ridicularizaram (apelidando-o de Absolutus von Hegelingen); corre o boato de que ele duvida da imortalidade da alma. Na realidade, Hegel era ao mesmo tempo suficientemente prudente e sufIcientemente hermético para que se tornasse muito difícil fazer-lhe acusações precisas dessa ordem! O poeta Heinrich Heine, que seguiu seus cursos de 1821 a 1823, conta, no entanto, que ele, um dia, respondeu bruscamente a um estudante que lhe falava do Paraíso: "O senhor então precisa de uma gorjeta porque cuidou de sua mãe enferma e porque não envenenou ninguém!" Em todo caso, o futuro mostraria amplamente que a filosofia do pensador oficial da monarquia escondia um grande poder explosivo!


 um retorno à ontologia. É o ser em sua totalidade que é significativo e cada acontecimento particular no mundo só tem sentido finalmente em função do Absoluto do qual não é mais do que um aspecto ou um momento.
Hegel porém se distingue de Spinoza e surge para nós como um filósofo essencialmente moderno, pois, para ele, o mundo que manifesta a Idéia não é uma natureza semelhante a si mesma em todos os tempos, que dizia que a leitura dos jornais era "sua prece matinal cotidiana", como todos os seus contemporâneos, muito meditou sobre a Revolução Francesa, e esta lhe mostra que as estruturas sociais, assim como os pensamentos dos homens, podem ser modificadas, subvertidas no decurso da história. O que há de original em seu idealismo é que, para Hegel, a idéia se manifesta como processo histórico: "A história universal nada mais é do que a manifestação da razão".
As principais obras de Hegel são: A Fenomenologia do EspíritoA LógicaA Enciclopédia das Ciências FilosóficasA Filosofia do Direito. Foi um gênio poderoso; sua cultura foi vastíssima, bem como a sua capacidade sistemática, tanto assim que se pode considerar o Aristóteles e oTomás de Aquino do pensamento contemporâneo. No entanto, freqüentemente deforma os fatos para enquadrá-los no esquema lógico do seu sistema racionalista-dialético, bem como altera este por interesses práticos e políticos.
É preciso compreender também que a história é um progresso. O vir-a-ser de muitas peripécias não é senão a história do Espírito universal que se desenvolve e se realiza por etapas sucessivas para atingir, no final, a plena posse, a plena consciência de si mesmo. "O absoluto, diz Hegel, só no final será o que ele é na realidade". O panteísmo de Spinoza identificava Deus com a natureza: Deus sive natura. O panteísmo hegeliano identifica Deus com a História. Deus não é o que é - ao menos só é parcial e muito provisoriamente o que atualmente é - Deus é o que se realizará na História. (Neste sentido, ainda há algo de hegeliano na filosofia de Teilhard de Chardin). Por conseguinte, a história, para Hegel, é uma odisséia do Espírito Universal", em suma, se nos permitem o jogo de palavras, uma "teodisséia". Consideremos a história da terra. De início só existem minerais, depois, vegetais e, em seguida, animais. Não temos a impressão de que seres cada vez mais complexos, cada vez mais organizados, cada vez mais autônomos surgem no Universo? O Espírito, de início adormecido, dissimulado e como que estranho a si mesmo, "alienado" no universo, surge cada vez mais manifestamente como ordem, como liberdade, logo como consciência. Esse progresso do Espírito continua e se concluirá através da história dos homens. Cada povo cada civilização, de certo modo, tem por missão realizar uma etapa desse progresso do Espírito. O Espírito humano é de início uma consciência confusa, um espírito puramente subjetivo, é a sensação imediata. Depois, ele consegue encarnar-se, objetivar-se sob a forma de civilizações, de instituições organizadas. Tal é o espírito objetivo que se realiza naquilo que Hegel chama de "o mundo da cultura". Enfim, o Espírito se descobre mais claramente na consciência artística e na consciência religiosa para finalmente apreender-se na Filosofia (notadamente na filosofia de Hegel, que pretende totalizar sob sua alçada todas as outras filosofias) como Saber Absoluto. Desse modo, a filosofia é o saber de todos os saberes: a sabedoria suprema que, no final, totaliza todas as obras da cultura (é só no crepúsculo, diz Hegel, que o pássaro de Minerva levanta vôo). Compreendemos bem, em todo caso, que, nessa filosofia puramente imanentista, Deus só se realiza na história. Em outras palavras, a forma de civilização que triunfa a cada etapa da história é aquela que, naquele momento, melhor exprime o Espírito. Após ter saudado em Napoleão "o espírito universal a cavalo", Hegel verá no estado prussiano de seu tempo a expressão mais perfeita do Espírito Absoluto. Por conseguinte, Hegel é daqueles que acham que a força não "oprime" o direito (essa fórmula, abusivamente atribuída a Bismarck, nada significa), mas que o exprime, que aquele que é vitorioso na História é, simultaneamente, o mais dotado de valor e que a virtude, como ele diz, "exprime o curso do mundo".
Segundo as normas da lógica clássica, essa identificação da Razão com o Devir histórico é absolutamente paradoxal. De fato, a lógica clássica considera que uma proposição fica demonstrada quando é reduzida, identificada a uma proposição já admitida. A lógica vai do idêntico ao idêntico. A história, ao contrário, é o domínio do mutável. O acontecimento de hoje é diferente do de ontem. Ele o contradiz. Aplicar a razão à história, por conseguinte, seria mostrar que a mudança é aparente, que no fundo tudo permanece idêntico. Aplicar a razão à história seria negar a história, recusar o tempo. Ora, contrariando tudo isso, o racionalismo de Hegel coloca o devir, a história, em primeiro plano. Como isso é possível?
É possível porque Hegel concebe um processo racional original - o processo dialético - no qual a contradição não mais é o que deve ser evitado a qualquer preço, mas, ao contrário, se transforma no próprio motor do pensamento, ao mesmo tempo em que é o motor da história, já que esta última não é senão o Pensamento que se realiza. Repudiando o princípio da contradição de Aristóteles e de Leibnitz, em virtude do qual uma coisa não pode ser e, ao mesmo tempo, não ser, Hegel põe a contradição no próprio núcleo do pensamento e das coisas simultaneamente. O pensamento não é mais estático, ele procede por meio de contradições superadas, da tese à antítese e, daí, àsintese, como num diálogo em que a verdade surge a partir da discussão e das contradições. Uma proposição (tese) não pode se pôr sem se opor a outra (antítese) em que a primeira é negada, transformada em outra que não ela mesma ("alienada"). A primeira proposição encontrar-se-á finalmente transformada e enriquecida numa nova fórmula que era, entre as duas precedentes, uma ligação, uma "mediação" (síntese).

A Dialética

A dialética para Hegel é o procedimento superior do pensamento é, ao mesmo tempo, repetimo-la, "a marcha e o ritmo das próprias coisas". Vejamos, por exemplo, como o conceito fundamental de ser se enriquece dialeticamente. Como é que o ser, essa noção simultaneamente a mais abstrata e a mais real, a mais vazia e a mais compreensiva (essa noção em que o velho Parmênides se fechava: o ser é, nada mais podemos dizer), transforma-se em outra coisa? É em virtude da contradição que esse conceito envolve. O conceito de ser é o mais geral, mas também o mais pobre. Ser, sem qualquer qualidade ou determinação - é, em última análise, não ser absolutamente nada, é não ser! O ser, puro e simples, equivale ao não-ser (eis a antítese). É fácil ver que essa contradição se resolve no vir-a-ser (posto que vir-a-ser é não mais ser o que se era). Os dois contrários que engendram o devir (síntese), aí se reencontram fundidos, reconciliados.
Vejamos um exemplo muito célebre da dialética hegeliana que será um dos pontos de partida da reflexão de Karl Marx. Trata-se de um episódio dialético tirado da Fenomenologia do Espírito, o do senhor e o escravo. Dois homens lutam entre si. Um deles é pleno de coragem. Aceita arriscar sua vida no combate, mostrando assim que é um homem livre, superior à sua vida. O outro, que não ousa arriscar a vida, é vencido. O vencedor não mata o prisioneiro, ao contrário, conserva-o cuidadosamente como testemunha e espelho de sua vitória. Tal é o escravo, o "servus", aquele que, ao pé da letra, foi conservado.
a) O senhor obriga o escravo, ao passo que ele próprio goza os prazeres da vida. O senhor não cultiva seu jardim, não faz cozer seus alimentos, não acende seu fogo: ele tem o escravo para isso. O senhor não conhece mais os rigores do mundo material, uma vez que interpôs um escravo entre ele e o mundo. O senhor, porque lê o reconhecimento de sua superioridade no olhar submisso de seu escravo, é livre, ao passo que este último se vê despojado dos frutos de seu trabalho, numa situação de submissão absoluta.
b) Entretanto, essa situação vai se transformar dialeticamente porque a posição do senhor abriga uma contradição interna: o senhor só o é em função da existência do escravo, que condiciona a sua. O senhor só o é porque é reconhecido como tal pela consciência do escravo e também porque vive do trabalho desse escravo. Nesse sentido, ele é uma espécie de escravo de seu escravo.
c) De fato, o escravo, que era mais ainda o escravo da vida do que o escravo de seu senhor (foi por medo de morrer que se submeteu), vai encontrar uma nova forma de liberdade. Colocado numa situação infeliz em que só conhece provações, aprende a se afastar de todos os eventos exteriores, a libertar-se de tudo o que o oprime, desenvolvendo uma consciência pessoal. Mas, sobretudo, o escravo incessantemente ocupado com o trabalho, aprende a vencer a natureza ao utilizar as leis da matéria e recupera uma certa forma de liberdade (o domínio da natureza) por intermédio de seu trabalho. Por uma conversão dialética exemplar, o trabalho servil devolve-lhe a liberdade. Desse modo, o escravo, transformado pelas provações e pelo próprio trabalho, ensina a seu senhor a verdadeira liberdade que é o domínio de si mesmo. Assim, a liberdade estóica se apresenta a Hegel como a reconciliação entre o domínio e a servidão.
Hegel parte, fundamentalmente, da síntese a priori de Kant, em que o espírito é constituído substancialmente como sendo o construtor da realidade e toda a sua atividade é reduzida ao âmbito da experiência, porquanto é da íntima natureza da síntese a priori  não poder, de modo nenhum, transcender a experiência, de sorte que Hegel se achava fatalmente impelido a um monismo imanentista, que devia necessariamente tornar-se panlogista, dialético. Assim, deviam se achar na realidade única da experiência as características divinas do antigo Deus transcendente, destruído por Kant. Hegel devia, portanto, chegar ao panteísmo imanentista, que Schopenhauer, o grande crítico do idealismo racionalista e otimista, declarará nada mais ser que ateísmo imanentista.
No entanto, para poder elevar a realidade da experiência à ordem da realidade absoluta, divina, Hegel se achava obrigado a mostrar a racionalidade absoluta da realidade da experiência, a qual, sendo o mundo da experiência limitado e deficiente, por causa do assim chamado mal metafísico, físico e moral, não podia, por certo, ser concebida mediante o ser (da filosofia aristotélica), idêntico a si mesmo e excluindo o seu oposto, e onde a limitação, a negação, o mal, não podem, de modo nenhum, gerar naturalmente valores positivos de bem verdadeiro. Mas essa racionalidade absoluta da realidade da experiência devia ser concebida mediante o vir-a-ser absoluto (de Heráclito), onde um elemento gera o seu oposto, e a negação e o mal são condições de positividade e de bem.
Apresentava-se, portanto, a necessidade da invenção de uma nova lógica, para poder racionalizar o elemento potencial e negativo da experiência, isto é, tudo que há no mundo de arracional e de irracional. E por isso Hegel inventou a dialética dos opostos, cuja característica fundamental é a negação, em que a positividade se realiza através da negatividade, do ritmo famoso de teseantítese e síntese. Essa dialética dos opostos resolve e compõe em si mesma o elemento positivo da tese e da antítese. Isto é, todo elemento da realidade, estabelecendo-se a si mesmo absolutamente (tese) e não esgotando o Absoluto de que é um momento, demanda o seu oposto (antítese), que nega e o qual integra, em uma realidade mais rica (síntese), para daqui começar de novo o processo dialético. A nova lógica hegeliana difere da antiga, não somente pela negação do princípio de identidade e de contradição - como eram concebidos na lógica antiga - mas também porquanto a nova lógica é considerada como sendo a própria lei do ser. Quer dizer, coincide com a ontologia, em que o próprio objeto já não é mais o ser, mas o devir absoluto.
Dispensa-se acrescentar como, a experiência sendo a realidade absoluta, e sendo também vir-a-ser, a história em geral se valoriza na filosofia; igualmente não é preciso salientar como o conceito concreto, isto é, o particular conexo historicamente com o todo, toma o lugar do conceito abstrato, que representa o elemento universal e comum dos particulares. Estamos, logo, perante um panlogismo, não estático, como o de Spinoza, e sim dinâmico, em que - através do idealismo absoluto - o monismo, que Hegel considerava panteísmo, é levado às suas extremas conseqüências metafísicas imanentistas.
Podemos resumir assim:
1.° - A lógica tradicional afirma que o ser é idêntico a si mesmo e exclui o seu oposto (princípio de identidade e de contradição); ao passo que a lógica hegeliana sustenta que a realidade é essencialmente mudança, devir, passagem de um elemento ao seu oposto;
2.° - A lógica tradicional afirma que o conceito é universal abstrato, enquanto apreende o ser imutável, realmente, ainda que não totalmente; ao passo que a lógica hegeliana sustenta que o conceito é universal concreto, isto é, conexão histórica do particular com a totalidade do real, onde tudo é essencialmente conexo com tudo;
3.° - A lógica tradicional distingue substancialmente a filosofia, cujo objeto é o universal e o imutável, da história, cujo objeto é o particular e o mutável; ao passo que a lógica hegeliana assimila a filosofia com a história, enquanto o ser é vir-a-ser;
4.° - A lógica tradicional distingue-se da ontologia, enquanto o nosso pensamento, se apreende o ser, não o esgota totalmente - como faz o pensamento de Deus; ao passo que a lógica hegeliana coincide com a ontologia, porquanto a realidade é o desenvolvimento dialético do próprio "logos" divino, que no espírito humano adquire plena consciência de si mesmo.
Visto que a realidade é o vir-a-ser dialético da Idéia, a autoconsciência racional de Deus, Hegel julgou dever deduzir a priori o desenvolvimento lógico da idéia, e demonstrar a necessidade racional da história natural e humana, segundo a conhecida tríade de tese, antítese e síntese, não só nos aspectos gerais, nos momentos essenciais, mas em toda particularidade da história. E, com efeito, a realidade deveria transformar-se rigorosamente na racionalidade em um sistema coerente de pensamento idealista e imanentista.
Não é mister dizer que essa história dialética nada mais é que a história empírica, arbitrariamente potenciada segundo a não menos arbitrária lógica hegeliana, em uma possível assimilação do devir empírico do desenvolvimento lógico - ainda que entendido dialeticamente, dinamicamente. Tal história dialética deveria, enfim, terminar com o advento da filosofia hegeliana, em que a Idéia teria acabado a sua odisséia, adquirindo consciência de si mesma, isto é, da sua divindade, no espírito humano, como absoluto. Mas, desse modo, viria a ser negada a própria essência da filosofia hegeliana, para a qual o ser, isto é, o pensamento, nada mais é que o infinito vir-a-ser dialét

ALAOR COUTINHO, SEMINARISTA.

sábado, 20 de abril de 2013

BARTH, KARL

Barth, Karl


Karl Barth nasceu em 1886, em Basel, na Suíça. Era um teólogo reformado, também pastor. Em 1911 pastoreou em Safenwyl, nos alpes suíços. Em 1921 foi professor de teologia reformada em Goettingen, em 1925 em Muenster-in-Westphalia e em 1930 em Bonn.

Em 1935 os nazistas o exilaram e então ele foi professor em Basel até 1968, ano de seu falecimento. Foi aluno de Adolf von Harnack em Berlim, e foi influenciado pelo neokantianismo e por Kierkegaard e também pelo socialismo de Ragaz e Kutter. No início de sua vida como pastor, este pregou as doutrinas da teologia liberal protestante, reduzida. Quando porém, a teologia liberal estava no auge, ele se rebelou contra seus professores e em 1919 escreveu seu comentário sobre o livro de Romanos, em que praticamente resgatou a ortodoxia protestante. A teologia de Barth era de origem alemã

Em 1914 a França foi atacada pela Alemanha, o que achou Barth, uma agressão sem necessidade. O problema disso foi que, Barth descobriu que seu mestre Adolf Von Harnack apoiava a guerra do Kaiser Wilhelm II. Desiludido com a atitude de seu mestre, Barth começou a estudar com mais profundidade a bíblia e também os escritos de Sören Kierkegaard. Essa simbiose levou o pastor teólogo a começar a pregar a bíblia por uma interpretação existencialista kierkegaardiana. A influência do filósofo existencialista fez com que as obras de Barth fossem difíceis e paradoxais, porém de conteúdo não complicado.

Sua teologia anterior, alemã e liberal passou a ser uma velha tese diante de uma nova antítese que resultou em uma nova síntese, a neo-ortodoxia. Teve influência do reformador Calvino, principalmente por volta de 1925. Enfatizava a teologia bíblica, porém com conclusões racionais. Era um homem de caráter forte e de propósitos e entrou em conflito contra a igreja do estado nazista. Muitos acham que Karl Barth era liberal, mas na realidade ele não gostava do liberalismo religioso e até se manifestava contra. Ele tinha o desejo de retornar a teologia à bíblia e aos princípios reformados.

Enfatizou a transcendência de Deus e a realidade do pecado, como também a soberania de Deus, a graça e a revelação. Reconhecia que as escrituras têm imperfeições, mas que a bíblia é a fonte da revelação de Deus como também veículo. Rejeitava o misticismo cristão, e dizia que os liberais falharam, sendo a solução para o mundo o retorno aos antigos princípios religiosos.

Barth foi treinado no liberalismo alemão, talvez isso fez ele desapontar com o nazismo. O regime nazista procurou formar uma igreja Luterana de alemães, estatal. Assim a religião seria um instrumento ou órgão de apoio nazista. A idéia ganhou força na época, mas uma minoria não aceitou o absurdo e organizaram a "Igreja Confessante", que opunha-se veemente a Hitler. Barth fazia parte desse movimento de oposição ao nazismo, sendo expulso da Alemanha. Foi um grande expoente da teologia da crise, pregando que a Palavra de Deus é o registro da revelação do Transcendente. Sua teologia propriamente dita é interessante, pois ele achava que as idéias humanas sobre Deus eram meras especulações. A verdade se manifesta pela graça e não pela razão como era defendido por muitos na época. Dizia que a religião têm tendências idólatras, ou seja, revelação era diferente de religião. Barth sempre falou contra a "religião". As experiências místicas devem ser apoiadas nas escrituras e na tradição cristã. O ponto de partida da teologia de Barth era Deus e não o homem, sendo assim aceitava a cristologia clássica e o dogma da trindade, ou seja, suas análises teológicas partia de cima, da trindade, da revelação, da graça, e não das necessidades do homem.


ALAOR COUTINHO.


ENTREVISTA SOBRE KARL BARTH MUITO BOM, INTERESSANTE VALE A PENA ASSISTIR.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

A PENÚLTIMA CEIA ( PESQUISADOR DIZ QUE O ENCONTRO DE JESUS COM APÓSTOLO FOI NUMA QUARTA-FEIRA, NÃO QUINTA.

A ÚLTIMA CEIA DE JESUS CRISTO, EM QUE ELE DIVIDIU O PÃO E O VINHO COM SEUS APÓSTOLOS, DANDO ORIGEM AO MAIS EUCARISTIA, TERIA ACONTECIDO NUMA QUARTA-FEIRA E NÃO EM UMA QUINTA E A CELEBRAÇÃO DA PÁSCOA CRISTÃ DEVERIA REFLETIR ISSO, SUSTENTA LEVANTAMENTO DA UNIVERSIDADE DE CAMBRIDGE, NA INGLATERRA. O ESTUDO MANTÉM, NO ENTANTO, A IDEIA DE QUE A CRUCIFICAÇÃO OCORREU NA MANHÃ DE UMA SEXTA-FEIRA. A SANTA CEIA, NA VERDADE, TERIA SIDO A PENÚLTIMA DE JESUS. COM A BÍBLIA DE UM LADO E A CIÊNCIA DE OUTRO, O PROFESSOR COLIN HUMPHREYS DECIDIU RESOLVER O POUCO DISCUTIDO MISTÉRIO DA INCONGRUÊNCIA DE DATAS ENTRE OS EVANGELHOS DE MATEUS,MARCOS E LUCAS COM O DE JOÃO. NOS TRÊS PRIMEIROS, A CEIA COINCIDE COM O DIA DA PÁSCOA JUDAICA (PESSACH), ENQUANTO NO ÚLTIMO ELA TEVE LUGAR UM DIA ANTES DA COMEMORAÇÃO DA FUGA DOS HEBREUS DO EGITO. -SEMPRE FIQUEI INTRIGADO COM AS HISTORIAS BÍBLICAS DA ÚLTIMA SEMANA DE JESUS, NAS QUAIS NINGUÉM ENCONTRA QUALQUER MENÇÃO À QUARTA-FEIRA -CONTOU HUMPHREYS, QUE ACABA DE PUBLICAR UM LIVRO SOBRE O ASSUNTO, INTITULADO "THE MYSTERY OF THE LAST SUPPER" ("O MISTÉRIO DA ÚLTIMA CEIA", EM UMA TRADUÇÃO LIVRE). - ELA SEMPRE FOI CONSIDERADA UM DIA PERDIDO, O QUE ME PARECIA POUCO PROVÁVEL, JÁ QUE JESUS ERA UM HOMEM OCUPADO. EVANGELHOS USARAM CALENDÁRIOS DIFERENTES: ° SEGUNDO HUMPHEREYS, MATEUS, MARCOS E LUCAS USARAM COMO REFERÊNCIA O CALENDÁRIO JUDAICO PRÉ-EXÍLIO, DATADO DA ÉPOCA DE MOISÉS, E QUE CONTA O PRIMEIRO DIA DO NOVO MÊS A PARTIR DO FIM DO CICLO LUNAR; ENQUANTO JOÃO USOU O CALENDÁRIO LUNAR, QUE ERA LARGAMENTE ADOTADO PELOS JUDEUS DE SUA ÉPOCA E AINDA ESTÁ EM USO NOS DIAS ATUAIS, GERANDO A DIFERENÇA. -ERA UM ERRO MUITO CURIOSO PARA QUALQUER UM COMETER, POIS A PÁSCOA É UMA REFEIÇÃO MUITO IMPORTANTE PARA O POVO JUDEU - AVALIOU O PROFESSOR. -ESSA CONTRADIÇÃO É CONHECIDA HÁ MUITO TEMPO, MAS NUNCA FOI MUITO DISCUTIDA PELO PÚBLICO EM GERAL. USANDO A CIÊNCIA E A BÍBLIA LADO A LADO PARA RESOLVER ESTA QUESTÃO, MOSTREI QUE OS EVANGELHOS NA VERDADE CONCORDAM UNS COM OS OUTROS E ESTÃO APENAS USANDO DIFERENTES CALENDÁRIOS- DEFENDEU. EM 2007, O PAPA BENTO XVI CHEGOU A SUGERIR QUE JESUS TALVEZ ESTIVESSE SEGUINDO O CALENDÁRIO DA COMUNIDADE. QUMRAN, USADO PELA SEITA JUDAICA DOS ESSÊNIOS E RELATADO PELOS MANUSCRITOS DO MAR MORTO. - O PROFESSOR É QUE, POR ESTE SISTEMA, O PESSACH TERIA CAÍDO UMA SEMANA MAIS TARDE, DEPOIS TANTO DA ÚLTIMA CEIA QUANTO DA MORTE DE CRISTO-ARGUMENTOU O HUMPHREYS. AINDA DE ACORDO COM O PROFESSOR, SE A ÚLTIMA CEIA ACONTECEU MESMO EM UMA QUARTA-FEIRA, ISSO AJUDARIA A EXPLICAR COMO TANTOS EVENTOS TRANSCORRERAM ENTRE A ÚLTIMA REFEIÇÃO DE CRISTO E SUA CRUCIFICAÇÃO, COMO A PRISÃO APÓS A CEIA NO GETSÊMANI, JARDIM AO PÉ DO MONTE DAS OLIVEIRAS ONDE COSTUMAVA REZAR COM SEUS DISCÍPULOS; OS DOIS JULGAMENTOS SEPARADOS, PELO CONSELHO JUDEU (SANHEDRIN, QUE TAMBÉM NÃO PODIA SE REUNIR À NOITE) E PELO GOVERNADOR ROMANO PÔNCIO PILATOS; E O SUPLÍCIO DA VIA SACRA RUMO AO MONTE DO CALVÁRIO. - SE VOCÊ OLHAR PARA TODOS OS EVENTOS REGISTRADOS NO EVANGELHO ENTRE A ÚLTIMA CEIA E A CRUCIFICAÇÃO, EXISTE UM GRANDE NÚMERO DELES. É IMPOSSÍVEL ENCAIXA-LOS TODOS ENTRE A NOITE DE QUINTA-FEIRA E A MANHA DE SEXTA-FEIRA-AFIRMOU. ALÉM DISSO, JESUS, PREVENDO A TRAIÇÃO DE JUDAS, TERIA DECIDIDO FAZER DE SUA ÚLTIMA REFEIÇÃO UMA CEIA DE PESSACH (PASSAGEM), REFORÇANDO SEU SIGNIFICADO, ACREDITA HUMPHREYS. -OS EVANGELHOS ESTÃO CHEIOS DE EXEMPLOS DE JESUS APRESENTANDO-SE COMO O NOVO MOISÉS, E O USO DO CALENDÁRIO MAIS ANTIGO ESTARIA DE ACORDO COM ISSO-CONSIDEROU.-AO ESCOLHER A QUARTA-FEIRA DO PESSACH, ELE ESTAVA NOVAMENTE INDENTIFICANDO-SE EXPLICITAMENTE COM MOISÉS E CRIANDO UM PARALELO DELIBERADO, MORRENDO NO MESMO DIA EM QUE OS CARNEIROS DA PÁSCOA ERAM SACRIFICADOS DE ACORDO COM O CALENDÁRIO JUDAICO OFICIAL. SÃO SIMBOLISMOS PROFUNDOS E PODEROSOS. PÁSCOA SEMPRE NO 1° DOMINGO DE ABRIL ° COM A AJUDA DE UM ASTRÔNOMO, HUMPHREYS, QUE É ESPECIALIZADO EM METALURGIA E MATERIAIS, REMONTOU O CALENDÁRIO JUDAICO PRÉ-EXILIO E DETERMINOU QUE O PESSACH DO ANO 33, GERALMENTE ACEITO COMO O DA CRUCIFICAÇÃO DE CRISTO, CAIU EM UMA QUARTA-FEIRA, DIA 1° DE ABRI. DESTA FORMA, ELE DEFENDE QUE OS CRISTÃOS MODERNOS QUE QUERIAM BASEAR AS COMEMORAÇÕES DA PÁSCOA EM SEUS CÁLCULOS AS FAÇAM SEMPRE NO PRIMEIRO DOMINGO DE ABRIL, EVITANDO A GRANDE MOBILIDADE DO CALENDÁRIO LUNAR. - CRIO QUE SERIA MAIS CONVENIENTE PARA A VIDA GERAL QUE ESTA DATA FOSSE FIXADA PARA O PRIMEIRO DOMINGO DE ABRIL DISSE ELE. AUTOR: ALAOR COUTINHO (SEMINARISTA)

sexta-feira, 12 de abril de 2013

liberalismo teológico

A EXISTÊNCIA DE LIBERAIS COSTUMA SER NEGADA. NUM CERTO SENTIDO, É VERDADE: COMO MOVIMENTO E METODOLOGIA, O LIBERALISMO TEOLÓGICO JÁ FOI DESACREDITADO. FONTE: O QUE ESTÃO FAZENDO COM A IGREJA, AUGUSTUS NICODEMUS.

O TERMO LIBERALIS THEOLOGIA

ENCONTRA-SE JÁ NO TEÓLOGO DE HALLE, JOHANN SALOMO SEMLER (1725-1791), QUE TENCIONA INDICAR COM ISSO UM LIVRE MÉTODO DE INVESTIGAÇÃO HISTÓRICO-CRÍTICA DAS FONTES DA FÉ E DA TEOLOGIA, QUE NÃO SE SENTISSE VINCULADO AOS DADOS POSTERIORES DA TRADIÇÃO DOGMÁTICA. A TEOLOGIA LIBERAL (LIBERALE-TEOLOGIC) NASCE DO ENCONTRO DO LIBERALISMO- COMO AUTOCONSCIÊNCIA DA BURGUESIA EUROPÉIA DO SÉCULO XIX- COM A TEOLOGIA PROTESTANTE. TEM SEUS ANTECEDENTES HISTÓRICOS NA FILOSOFIA DA RELIGIÃO DE HEGEL E NA TEOLOGIA DE SCHLEIMACHER. NÃO É UMA ESCOLA BEM-DEFINIDA, MAS UM MOVIMENTO POLIMORFO, NO QUAL SE PODEM DESTIGUIR DIFERENTES LINHAS DE PENSAMENTOS. É CHAMADA DE TEOLOGIA LIBERAL A INTERPRETAÇÃO RACIONALISTA DO NOVO TESTAMENTO (BAUR,STRAUSS,BAUER) DA PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XIX. EM SENTIDO MAIS APROPRIADO, É DESIGNADA COMO TEOLOGIA LIBERAL A REFLEXÃO DO TEÓLOGO DE GÖTTINGEN, ALBRECHT RITSCHL (1822-1889) E DE SUA ESCOLA, QUE INCLUÍA TEÓLOGOS SISTEMÁTICOS COMO HERRMANN, ESTUDIOSOS DO ANTIGO TESTAMENTO CINI WELLHAUSEN, DO NOVO TESTAMENTO COMO JÜLICHER (QUE RESERVARÁ UMA CRÍTICA FEROZ À EPISTOLA AOS ROMANOS DE BARTH), HISTORIADORES COMO HARNACK E FILÓSOFOS DA RELIGIÃO COMO TROELTSCH, TINHA COMO ÓRGÃO A REVISTA CHRISTLICHE WELT, FUNDADA EM BERLIM EM 1877, A QUAL SE PROPUNHA ENCARAR OS NOVOS PROBLEMAS DO MUNDO E DA SOCIEDADE NUMA PERSPECTIVA EVANGÉLICA E SERVIR DE INTERMEDIÁRIO ENTRE O MUNDO DOS ERUDITOS E OS RESULTADOS DA INVESTIGAÇÃO DE UMA TEOLOGIA QUE SE QUERIA CRÍTICA. SUAS CARACTERÍSTICAS ERAM: 1) ASSUNÇÃO RIGOROSA DO MÉTODO HISTÓRICO-CRÍTICO E DE SEUS RESULTADOS.2) RELATIVAÇÃO DA TRADIÇÃO DOGMÁTICASDA IGREJA, E PARTICULARMENTE DA CRSITOLOGIA; 3) LEITURA PREDOMINANTE ÉTICADO CRISTIANISMO. EM SINTONIA COM O OTIMISMO LIBERAL, ELA VISAFVA HARMONIZAR O MAIS POSSÍVEL A RELIGIÃO CRISTÃ COM A CONSCIÊNCIA CULTURAL DA ÉPOCA. A ESS~ENCIA DO CRISTIANISMO DE HARNACK E A ABSOLUTIDADE DO CRISTIANISMO DE TROELTSCH, ESTÃO ENTRE OS DOCUMENTOS MAIS SIGNIFICATIVOS DA TEOLOGIA LIBERAL, TAL COMO ELA SE APRESENTAVA NO ALVORECER DO SÉCULO. FONTE TEOLOGIA DO SÉCULO XX, GIBELLINI ROSINO.

segunda-feira, 8 de abril de 2013

MOISÉS ( MOISÉS, AINDA JOVEM E SACERDOTE DE OSÍRES, ENTENDEU QUE O UNIVERSO EMANA DE DEUS)

DE ACORDO COM MANETON, O VERDADEIRO NOME DE MOISÉS ERA HOSARSIFE, PRIMO DE MENEFTÁ E FILHO ADOTIVO OU NATURAL DA PRINCESA REAL, IRMÃ DE RAMASÉS I. RECEBEU NO TEMPLO DE AMON-RÁ, EM MEMFI, TODA A INSTRUÇÃO REAL CONSIDERADA UM RAMO DA INSTRUÇÃO SACERDOTAL. O QUE O ÊXODO (2,1-10) NOS MOSTRA É UM MOISÉS JUDEU, DA TRIBO DE LEVI. MAS TANTO MANETON COMO ESTRABÃO CONTRADIZEM ESTA NOTICIA! BEM! OS PRIMEIROS PADRÕES DO EGITO NÃO TINHAM INTERESSE EM APRESENTAR MOISÉS COMO EGÍPCIOA GREGOS E ROMANOS, MAS APRESENTANDO-O AOS JUDEUS, ERA MAIS QUE CONVENIENTE QUE MOISÉS FOSSE JUDEU. CLARO! MAS PARA O BOM EXEGETA ESSE FATO É IMPORTANTE POIS ESTABELECE UMA LIGAÇÃO DE SANGUE ENTRE O MOSAICISMO E O OSIRISMO. NÃO FOI OSÍRIS, POR ACASO, QUE LHE DISSE, DEPOIS DE ÊXTASE: "ACABAS DE VER A ETERNIDADE: A LUZ É A INTELIGÊNCIA DIVINA QUE CONTÉM POTENCIALMENTE TODAS AS COISAS E ENCERRA AS FORMAS DE TODOS OS SERES: DEUS PAI; A MENTE DE DEUS É O FILHO E A UNIÃO DE AMBOS É A VIDA". FOI ENTÃO QUE MOISÉS, AINDA JOVEM, SACERDOTE DE OSÍRES, ENTENDEU QUE O UNIVERSO EMANA DAS PROFUNDEZAS INEFÁVEIS DE DEUS, GRADUALMENTE, POR EVOLUÇÃO. ESSAS EXPERIÊNCIAS PSÍQUICAS MARCARAM PARA SEMPRE O ESPÍRITO DE MOISÉS, FAZENDO DELE, AOS POUCOS, O ORGANIZADOR DO MONOTEÍSMO. E AQUI ESTÁ A GRANDEZA DE HOSARSIFE (MOISÉS), POIS TODOS ATÉ ENTÃO, REIS E SACERDOTES, PROCURAVAM RELIGIÕES PARA ADPTÁ-LAS AOS POVOS, ENQUANTO QUE HOSARSIFE PROCURAVA POVOS PARA ADAPTÁ-LOS A UMA ÚNICA RELIGIÃO: A MONOTEÍSTA, POIS ELE TEVE MAIS AUDÁCIA DE FAZER DO MAIS ALTO PRINCÍPIO DA INICIAÇÃO O DOGMA ÚNICO DA RELIGIÃO:O MONOTEÍSMO QUE ATRAVÉS DO CRISTIANISMO SE ESPALHARÁ ENTRE TODAS AS RAÇAS INDO-EUROPÉIAS, MESMO QUE SEJA SOMENTE EM FORMA DE ENTENDIMENTO INTELECTUAL. PARA REALIZAR ESTE IDEAL MOISÉS ENCONTROU, JÁ NO EGITO, HEBREU E ISRAELITAS, PARTICULARMENTE AQUE TINHAM FIXADO NO VALE DE GOCHEN E VIVIAM EM REGIME DE ESCRAVIDÃO. ESSES HEBREUS ERA MISTURA DE RAÇAS BRANCAS E NEGRAS E VIVIAM EM CONTÍNUO VAI-E-VEM, POIS EM SUA MAIORIA ERAM NÔMADES INFATIGÁVEIS. OS ISRAELITAS ERAM MAIS RELIGIOSOS, CHEGANDO A ADORAR O TERRÍVEL MOLOC; MAS QUANDO ALGUÉM LHE FALAVAM DO SENHOR-DO-CÉU, ELOÍM, AJOELHAVAM EM HUMILDE ADORAÇÃO. BREVE: DESSES PEDAÇOS DE POVOS SE FORMOU UMA GRANDE FAMÍLIA E A LENDA REUNIU ABRAÃO COM ISAQUE, JACÓ E JOSE. LENDA OU VERDADE, SÓ UMA COISA SOBRA QUE NÃO É LENDA:MOISÉS JUNTARÁ E FORMARÁ OS FUTUROS FILHOS DE ISRAEL. VOLTEMOS AO JOVEM HESARSIFE, QUE CERTO DIA FOI ENVIADO PARA FAZER UMA INSPEÇÃO NOS TRABALHOS DO DELTA, ONDE RAMSÉS II ESTAVA CONSTRUINDO SUAS FORTALEZAS DESDE PELÚSIUM ATÉ HELIÓPOLIS USANDO A MAS DE OBRAS DOS HEBREUS, ISRAELITAS E OUTROS ESCRAVOS. HOSARSIFE TINHA UMA SECRETA ADMIRAÇÃO POR ESTES ESCRAVOS QUE ADORAVAM O "DEUS ÚNICO E SUPREMO" E MOSTRAVAM CORAGEM EM EXPOR SUAS IDÉIAS CONTRA OS MUITOS DEUSES. " MOISÉS REDIGIU O GÊNESIS EM HIERÓGLIFOS, DANDO UMA EXPLICAÇÃO VERBAL AOS DISCÍPULOS. SALOMÃO, OU QUEM POR ELE, TRADUZIU O ÊXODO EM CARACTERES FENÍCIOS; ESDRAS O TRADUZIU EM CARACTERES ARAMAICO QUE POUQUÍSSIMOS SACERDOTES CONHECIAM" MAS HOSARSIFE NÃO PODIA DIZER NADA PORQUE O CONCEITO DE DEUS ÚNICO, ETERNO, INFINITO, ERA SEGREDO DOS TEMPLOS E DAS MAIS ALTAS CLASSES SACERDOTAIS. MAS CERTO DIA, VENDO UM SOLDADO EGÍPCIO ESPANCAR UM HEBREU INDEFESO, EMPUNHOU SUA ARMA E MATOU O SOLDADO EGÍPCIO.PROVAVELMENTE ELE TAMBÉM TERIA SIDO CONDENADO À MORTE PELO COLÉGIO DOS SACERDOTES. ENTÃO FEZ A ÚNICA COISA QUE PODIA FAZER: FUGIR PARA O DESERTO, BEM LONGE DA JURISDIÇÃO DOS SACERDOTES EGÍPCIOS. LÁ ENCONTROU UM TEMPLO CONSAGRADO A OSÍRES, MAS ONDE SE ADORAVA O DEUS ÚNICO SOB O NOME DE ELOÍM. E COMO ERA UM TEMPLO DE ORIGEM ETÍOPE, SERVIA AOS NEGROS, AOS SEMITAS E AOS ÁRABES QUE PROCURASSEM A INICIAÇÃO. O GRÃO SACERDOTE DE ENTÃO CHAMAVA-SE JETRO(EX:3,1), DE PELE NEGRA E RAÇA ETÍOPE, E FOI ELE QUE HOSARSIFE PEDIU ASILO EM NOME DE OSÍRES. FOI ACEITO, MAS TEVE QUE CUMPRIR A EXPIAÇÃO DE SEU PECADO COMO IMPUNHA A TODO ASSASSINO. ELE ACEITOU-A E CUMPRIU-A, E QUANDO FINALMENTE SE REDIMIU, SENTIU-SE TRANSFORMADO EM HOMEM NOVO; ENTÃO ADOTOU O NOME DE MOISÉS, QUE QUER DIZER O SALVO, E CASOU-SE COM SÉFORA, FILHA DE JETRO. FOI NESSE TEMPO QUE ELE SE DEPAROU COM DEZENAS DE RAÇAS DIFERENTES: ÁRABES, NEGROS, SEMITAS, CALDEUS E BEDUÍNOS...ISTO O FAZ RACIOCINAR: POR QUE NÃO CRIAR UMA NOVA RELIGIÃO PARA TODOS OS POVOS? ENTÃO COMEÇOU A ESCREVER O SEU "SEFER BE-RESHIT" (O LIVRO DO COMEÇO)", ONDE FAZENDO A SÍTESE DA CIÊNCIA ANTIGA E DANDO A CHAVE DOS MISTÉRIOS COMO ERA MENSINADOS NOS TEMPLOS, TRAÇAVA O QUADRO DA CIÊNCIA RELIGIOSA FUTURA QUE SERVISSE DE MODELO PARA TODOS OS POVOS. MUITAS E AINDA MUITAS SÃO S OPINIÕES SOBRE O ATUAL PENTATEUCO: ISTO EU CANSEI DE ESCUTAR QUANDO, MORANDO NO LÍBANO, FREÜENTAVA VEZ OU OUTRA O INSTITUTO BÍBLICO DE JERUSALÉM. LEMBRO QUE LÁ ME DIZIAM QUE O GÊNESIS SE COMPOEM DE FRAGMENTOS DIVERSOS ALINHAVADOS UNS COM OS OUTROS E QUE A SUA ATUAL REDAÇÃO É POSTERIOR DE PELO MENOS CINCO SÉCULOS AO ~EXODODE ISRAEL DO EGITO E ME LEMBRO DE UM PROFESSOR QUE ME DIZIA QUE O GÊNESIS SÓ TEM SENTIDO QUANDO ESCLARECIDO À LUZ DA INICIAÇÃO DE ÍSIS E OSÍRIS; POIS, O QUE REALMENTE MOISÉS QUERIA TRANSMITIR À POSTERIDADE COM O SEU "SEFER BERE-SHIT"? BEM COMO SACERDOTE DE OSÍRIS, MOISÉS DEVIA ADMITIR A IMUTABILIDADEDAS LEIS DO UNIVERSO E O DESENVOLVIMENTO DOS MUNDO POR EVOLUÇÃO GRADUAL. ALÉM DISSO, COMO SACERDOTE DE OSÍRES QUE AINDA ERA, SABIA QUE NAS INICIAÇÕES EGÍPCIAS CONHECIA-SE MUITO BEM O QUE SE REFERE À ALMA E A NATUREZA INVISÍVEL. PERANTE ESSAS IDÉIAS DO "SEFER BE-RESHIT", O ATUAL LIVRO DO GÊNESIS É EXTREMAMENTE INFANTIL... OU SERÁ QUE EXISTE UMA CHAVE PARA ENTENDER A SUA LEITURA? MOISÉS REDIGIU O GÊNESIS EM HIERÓGLIFOS, DANDO UMA EXPLICAÇÃO VERBAL AOS DISCÍPULOS. SALOMÃO, OU QUEM POR ELE TRADUZIU O ÊXODO EM CARACTERES FENÍCIOS; ESDRAS O TRADUZIU EM CARACTERES ARAMAICOS QUE POUQUÍSSIMOS SACERDOTES CONHECIAM. DEPOIS VIERAM OS TAIS DE "SETENTA" QUE NADA SABIAM DO TEXTO ESOTÉRICO. E FINALMENTE SÃO GERÔNIMO QUE, COM SUA TRADUÇÃO, JAMAIS ALCANÇOU O SENTIDO DOS HIERÓGLIFOS DE MOISÉS. HOJE NÓS LEMOS TUDO AQUILO NO SEU SENTIDO INFERIOR, COMO QUANDO SE FALA DE PAPAI NOEL! O QUE PRECISARÍAMOS? PRECISARÍAMOS(1) CONHECER O SIMBOLISMO DAS INICIAÇÕES DE TODAS AS RELIGÕES DAQUELA ANTIGA ÁREA ONDE MOISÉS VIVEU;(2) CONHECER TODA A DOUTRINA DOS INICIADOS DE OSÍRIS. COM EFEITO, QUEM ESCREVIA EM HIERÓGLIFOS CONHECIA O VALOR SAGRADO DE CADA SIMBOLO; CONHECIA O SEU VALOR SIMBÓLICO E O VALOR FIGURADO E TANTO UM COMO O OUTRO ERAM ENTENDIDOS USANDO DE UMA "CHAVE DE ENTENDIMENTO". LEIA-SE "LA MISSION DES JUIFS" DE ST YVES DE ALVEYDRE (1994). O HOMEM E A MULHER INDIVIDUALMENTE, COMO COLELETIVAMENTE, SÃO IMAGEM LIMITADA DO DEUS UNIVERSAL E O RECEPTÁCULO ONDE DEUS SE ENCARNA... ONDE ENCONTRAR ESTE INDIVIDUO? ESTE POVO? FOI ENTÃO QUE TENDO TERMINADO SEU LIVRO, MOISÉS OUVE A VOZ QUE LHE DIZ:VÁ À MONTANHA DE DEUS! VÁ AO MONTE HÓRAB! LÁ SABERÁS". E MOISÉS FOI AO MONTE HÓRAB, ONDE O ANJO DO SENHOR LHE DISSE: "VÁ E DIGA AOS FILHOS DE ISRAEL QUE TE ENVIEI PARA TIRÁ-LOS DA ESCRAVIDÃO DO EGITO". O MOMENTO ERA O MELHOR POSSÍVEL, POIS O EXÉRCITO EGÍPCIO ESTAVA TODO NA REGIÃO OESTE COMBATENDO A INVASÃO DOS LÍBIOS. ASSIM, UMA ENORME CARAVANA FORMADA PELOS BENI-ISRAEL FUGIU PARA O LESTE,ACRESCIDA DE CANANEUS, EDOMITAS,ÁRABES E OUTROS SEMITAS ATRAÍDOS PELA SITUAÇÃO. COM MOISÉS HAVIA OS SACERDOTES CHEFIADOS POR ARARÃO QUE CONDUZIAM A ARCA DE OURO SIMBOLO DA PRESENÇA DE DEUS. O QUE NOS INTERESSA É O SEGUINTE: CENTENAS DE GRUPOS ÉTINICOS, AO REDOR DE UMA IDÉIA: O DEUS DE MOISÉS! PRECISARÁ TEMPO PARA AMALGAMAR TANTA GENTE DIFERENTE... PRECISARÁ SUBIR A MONTANHA E CONSULTAR ELOÍM E RECEBER DELE UMA LEI FUNDAMENTAL. MAS BASTOU MOISÉS FALTAR UNS DIAS, PRESO NA MONTANHA, QUE A BAGUNÇA TOMOU CONTA DA POPULAÇÃO. A ÍBLIA NOS RELATA O QUE SUCEDEU QUANDO MOISÉS DESCEU DO MONTE: SEM O MEDO DE DEUS E SE MEDO DA ESPADA, NÃO SE UNE UM POVO AO REDOR DE UMA IDÉIA! MAS JÁ ESTAVA NA HORA DE MOISÉS VOLTAR PARA DEUS, POIS JÁ INSTITUÍRA NA TERRA O CULTO AO DEUS ÚNICO: O MONOTEÍSMO-UMA IDÉIA QUE HOJE ESTÁ ESPALHADA EM TODOS OS CANTOS DA HUMANIDADE. ENTÃO LÁ NUMA CAVERNA DO MONTE NEBO ENTREGOU A ALMA A DEUS. DEPOIS TEREMOS MAIS NOVIDADES A TODOS. POR: ADRIANO PINHEIRO E ALAOR COUTINHO. ABRAÇOS A TODOS!!!

domingo, 7 de abril de 2013

ENSINO RELIGIOSO OU CONSCIÊNCIA RELIGIOSA?

Ensino religioso ou consciência religiosa? Seria muita apatia de minha parte ignorar a discussão sobre o tema "ensino religioso", em virtude de estar envolvido no contexto educação e religião. Meu descontentamento é sobre o que tem sido veiculado nos noticiários, sobre a lei que regula o ensino religioso no Brasil, colocando o catolicismo como parceiro da aplicação do ensino religioso nas escolas públicas. Sou plenamente de acordo com a resistência a um absolutismo religioso no Brasil, isso feriria a "democracia", resultado de muita luta. Porém, não foi informado pela mídia o que seria o ensino religioso nas escolas. Há uma confusão entre religiosidade, proselitismo, apologia e consciência religiosa. O que foi mostrado, em especial pela Rede Record, foi basicamente entrevistas com alunos e um "teólogo" protestante, pessoas que não estão envolvidas diretamente com o planejamento e aplicação do ensino religioso. Em momento algum entrevistaram um cientista da religião, um membro do Coneres, do Cieres ou da comissão de elaboração dos temas aplicados no ensino religioso nas escolas. Não é uma postura socialmente responsável veicular algo sem conhecimento de causa, ou com superficialidade. É interessante considerar que a proposta do ensino religioso nas escolas públicas não está ligada à pregação, apologia ou arrebanhamento, e sim, à consciência religiosa. A consciência religiosa está fortemente ligada às tradições, cultura, ethos, responsabilidade, tolerância e respeito. O que se pôde notar foi que há ausência de conhecimentos sobre o papel do ensino religioso nas escolas, tanto por alunos, da imprensa, alguns profissionais da área educacional e juristas. Por onde começar? Não se pode ignorar que a ausência do ensino religioso nas escolas pode trazer seqüelas sociais gravíssimas à vida social. Quem irá discutir com os alunos problemas relacionados a distúrbios nas relações familiares, pedofilia, associação ao tráfico e uso de drogas, adolescência e gravidez, tolerância religiosa, considerações em relação ao outro e os reflexos das ações praticadas na sociedade? É necessário que haja um indivíduo que tenha formação e competência para administrar esses temas em sala de aula, independente de sua confissão religiosa. As aulas de história, geografia, filosofia e português não devem extrair conteúdos de seus programas para discutir as relações sociais de seus reflexos. É claro que esses temas podem ser transversais, mas em maior consideração são lineares à consciência religiosa. Quantos índios mais terão que serem queimados nos bancos de pontos do ônibus? Quantos adolescentes mais matarão seus pais a fim de receberem suas heranças antecipadas? Quem discutirá isso no ambiente escolar? Observe a juventude e avalie sua condição comportamental, principalmente os de classes menos abastadas, de quem foi retirada a oportunidade de ter tempo necessário para amadurecimento no convívio com os pais e seus pais que sofreram da mesma condição. É na escola que eles terão a oportunidade de encontrar parâmetros para uma postura social mais responsável. É por acreditar que esses fatos são por causa de, além de outras influências como a psicológica, falta de referencial e uma máxima que os façam repensarem suas atitudes, antes de sua execução. A iniciativa de se retirar disciplinas de orientação social (neste caso não conta-se a sociologia, pois não é esse o seu objetivo), aquelas que posicionam os indivíduos e os chamam à responsabilidade social, dando-lhes a missão de dar seguimento às posturas responsáveis. Quem paga o preço pela negligência social? Quem é responsável em nortear a sociedade? Quais são os padrões morais? Por onde começar? Debate deve ser amadurecido A esperança é de que a consciência religiosa estimulada em sala de aula, levando em consideração a multiplicidade religiosa e o aspecto democrático em que vive a sociedade, para assegurar uma estrutura educacional consistente na formação do indivíduo social consciente. A união das linhas de estudo sobre o ser humano, em toda sua dimensão, pode também somar respostas e possíveis orientações a respeito desse tema do comportamento humano. Estudar um meio de aplicação do ensino com caráter de formação de consciência religiosa, humanitário e ético deve ser uma preocupação da dirigência social. O que o pensamento religioso fez, de bom ou de ruim, mostra que, de alguma forma, influencia socialmente. Fazer uso de seus métodos e selecionar seus conteúdos, independente de suas dogmáticas, a fim de modelar a sociedade, pode levar a uma nova realidade e conduzir a sociedade a uma vida mais humanizada e justa. A mídia não deve fomentar a retirada do ensino religioso das escolas, com a desculpa de que o catolicismo está querendo se estabelecer. Contra a imposição dogmática e teológica todos devem engajar-se na luta, mas, não se deve ignorar a importância que tem a formação da consciência religiosa construída no ambiente educacional. A mídia deve, com certeza, envolver-se com a causa, mas, deve primeiro amadurecer o debate antes de sua veiculação. ALAOR COUTINHO (SEMINARISTA)

terça-feira, 2 de abril de 2013

AKHENATON E MOISÉS (TANTO AKHNATON COMO MOISÉS CONSIDERAM A SI MESMO COMO OS MESTRES DA NOVA RELIGIÃO)

A FIGURA DE MOISÉS É MUITO IMPORTANTE PORQUE ELE NÃO SÓ REPRESENTA A CONTINUAÇÃO DA OBRA DE AKHENATON, MAS TAMBÉM POR QUE PROVA QUE TODA RELIGIÃO, MESMO NASCENDO DE UM FUNDAMENTO EMOCIONAL (ENQUANTO COMPORTAMENTO) ENCERRA EM SI O NÚCLEOBÁSICO DA FILOSOFIA (ENQUANTO BÁSICA DA VERDADE E TENTATIVA DE EXPLICAR A REALIDADE). ANTES, PORÉM, DE DAR O PERFIL DA VIDA E DA DOUTRINA FILOSÓFICO-RELIGIOSA DE MOISÉS, QUERO TROCAR UM PARALELISMO ENTRE ESSES DOIS GRANDES HOMENS: AKHENATON E MOISÉS,QUE REPRESENTAM A PONTE ENTRE A CULTURA ATLÂNTICA E A CULTURA OCIDENTAL JUDEU-CRISTÃ. PRIMEIRO, ENCONTRAMOS NOS DOIS A BUSCA DE DEUS, PROFUNDA E CONSCIENTE. MAS EM AKHENATON ESTA BUSCA SE TORNA UM PROCESSO DE INTUIÇÃO AMOROSA, DE CUNHO MÍSTICO, ESPIRITUAL; ENQUANTO QUE EM MOISÉS É A BUSCA DE DEUS PELO RACIOCÍNIO PURO E FRIO; NÃO É POR NADA QUE ENQUANTO SERVIA NO TEMPLO DE AMON-RÁ, EM MENFI,MANETÃO NOS DIZ QUE ELE ERA APELIDADO "O SILENCIOSO" POR CAUSA DE SEU CARÁTER FECHADO, ESPECULATIVO E FRIO. SEGUNDO, O FASCÍNIO DO DESERTO. TODOS OS GRANDES PENSADORES E TODOS OS GRANDES REALIZADORES, DE OBRAS SEMPRE CONHECERAM A IMPORTÂNCIA DO DESERTO, TANTO EM SENTIDO LITORAL, COMO EM SENTIDO METAFÓRICO, (EINSTEIN CONFESSAVA QUE NÃO PODENDO RETIRAR-SE NO DESERTO, PASSAVA SEMANAS FECHADO NO SÓTÃO...ATÉ QUE A LUZ DA INTUIÇÃO BRILHASSE NO SEU ESPÍRITO) AKHENATON ESCOLHEU O DESERTO ENTRE O ALTO E O BAIXO EGITO, PARA FUNDAR AMARNA. MOISÉS ESCOLHEU O CAMINHO DO DESERTO PARA A TURMA QUE ELE TIRARA DO EGITO. A TAL DE "VONTADE DE DEUS" ERA APENAS A DESCULPA PARA QUE NO DESERTO, SEM COMUNICAR-SE, COM OUTROS POVOS, SE UNIFICASSEM ENTRE SI. TERCEIRO: O PODER DE ORGANIZAÇÃO DESTES DOIS HOMENS.FUNCIONÁRIOS DA CASA GRANDE, ARTÍFICES, CAMPONESES, RELIGIOSOS E MILITARES, ABANDONARAM TUDO PARA ENFRENTAR O DESERTO, RUMO AO NORTE, NUM LUGAR ONDE DEVIAM CONSTRUIR O TEMPLO DE AMARNA AO DEUS ÚNICO- E NOVA MORADIA DELES. FUNDA UM CENTRO PARA COMEÇAR A TRABALHAR PARA SOBRE VIVER NÃO É UMA FÁCIL. HOUVE QUEM RECLAMASSEM E DESISTISSE. O MESMO ACONTECEU COM A CARAVANA CONDUZIDA POR MOISÉS. O LIVRO DO ÊXODO NOS CONTA DA "ÁGUAS AMARGAS" DE MARA; DA SAUDADE DAS CEBOLAS DO EGITO...ERAM RECLAMAÇÕES DIÁRIAS ÀS QUAIS SOMENTE O FRIO CÁLCULO ORGANIZADOR DE MOISÉS SOUBE RESISTIR. QUARTO: NÃO HOUVE SOMENTE UMA ORGANIZAÇÃO POLITICA E ECONÔMICA MAS HOUVE TAMBÉM UMA ORGANIZAÇÃO RELIGIOSA. PARA AKHENATON, COMO PARA MOISÉS, O NUCLEO DA NOVA RELIGIÃO ERA O MONOTEÍSMO, EMBORA A ESTRUTURA SÓCIO-RELIGIOSA FOSSE DIFERENTE. ISSO SIGNIFICA QUE ELES ENCAIXARAM A IDÉIA FILOSÓFICA DO MONOTEÍSMO DENTRO DE DIFERENTE "(PARA MOISÉS, MATAR INFIÉIS PARA DEFENDER A HONRA DE YAHVÉH ERA A HONRA DE YAHVÉH ER A A COISA MAIS NATURAL DO MUNDO. ALIÁS, TODA A VIDA DE MOISÉS E PONTILHADA OU DE LUTAS OU DE MORTES ( PARA A GLÓRIA DO SENHOR DEUS)". ..ESTRUTURAS OU, SE QUISER, ORGANIZAÇÕES RELIGIOSAS, JÁ QUE DEVIAM TER EM CONSIDERAÇÃO AS DIFERENTES CONDIÇÕES CULTURAIS. (ISTO PROVA QUE A IDÉIA DE UMA RELIGIÃO ÚNICA NÃO PASSA DE ABUSO DA CLASSE DOMINADORA, JÁ QUE TODAS AS RELIGIÕES NÃO PASSAM DE UMA ORGANIZAÇÃO DA FÉ INTERIOR; PORTANTO, COMO É LÍCITO PARA CADA UM TER SUA FÉ, ASSIM É LÍCITO PARA CARA UM TE SUA RELIGIÃO. EM AMBOS OS CASOS, TODAVIA, FORAM AKHENATON E MOISÉS QUE ESTABELECERAM PESSOALMENTE A ESTRUTURA DO CULTO, CONSIDERADO COMO SENDO "GUARDIÃO" RESPONSÁVEL DA FÉ MONOTEÍSTA. E FORAM ELES QUE TOMARAM DECISÕES QUE MARCARAM PARA SEMPRE A NOVA RELIGIÃO. ASSIM, POR EXEMPLO, QUANDO MOISÉS DESPEDAÇA O BEZERRO DE OURO, REPETE O GESTO DE AKHENATON QUANDO LUTAVA CONTRA A MULTIPLICIDADE DOS DEUSES DO EGITO. QUINTO: TANTO AKHENATON COMO MOISÉS CONSIDERAM A SI MESMOS ( E SÃO CONSIDERADOS PELO OUTROS) COMO OS MESTRES DA NOVA RELIGIÃO, TANTO EM SEU ASPECTO DOUTRINAL, COMO EM SEU ASPECTO CULTURAL. AMBOS CONSAGRARAM LONGAS HORAS, TODOS OS DIAS, AO ENSINO DAS VERDADES FUNDAMENTAIS E SOMENTE QUANDO O PESO DA IDADE SE TORNOU MUITO GRANDE, MOISÉS ESCOLHEU ALGUÉM PARA AJUDÁ-LO. SEXTO: FINALMENTE AMBOS ERAM INIMIGOS JURADOS DAS IMAGENS REPRESENTATIVAS DA DEUS. AKHENATON PEGOU O SOL COMO SÍMBOLO DA DIVINDADE E MOISÉS NÃO QUIS PEGAR NADA, NEM MESMO O SOL, NUMA CLARA INTENÇÃO DE DESCARTAR QUALQUER IDÉIA DE UM DEUS PARECIDO COM PESSOAS OU COISAS. TODAVIA, SE A IDÉIA DO MONOTEÍSMO ESTABELECEU NESTES DOIS HOMENS PONTOS DE CONTATO, ELA NÃO DESTRUIU A CULTURA DE CADA UM, NUMA EVIDENTE DEMOSTRAÇÃO DE QUE OS GRANDES EMPREENDIMENTOS DA HUMANIDADE SÃO DE OBRAS DE PESSOAS QUE DIFEREM CULTURALMENTE ENTRE SÍ E PORTANTO NECESSITAM CCOMPLEMENTARIEDADE. EXPLICO: EM PRIMEIRO LUGAR NOTAMOS QUE AKHENATON, À DIFERENÇA DE MOISÉS, É HOMEM DE PAZ QUE ABORRECE A GUERRA. POR EXEMPLO, QUANDO SOUBE QUE OS HITITAS ESTAVAM INVADINDO AS POSSESSÕES EGÍPCIAS ATRAINDO PARA AS SUAS ZONAS DE INFLUÊNCIA OS VASSALOS DO EGITO, OS TEBANOS ACUSARAM-NO DE FRAQUZA POR NÃO LUTAR CONTRA ELES. COM EFEITO, AKHENATON SEMPRE ACREDITOU NO DIÁLOGO, JÁ QUE VIA TODOS OS SERES COMO CRIATURAS SAINDO DO ÚNICO SER. MOISÉS, PELO CONTRÁRIO, ERA ACOSTUMADO A RESOLVER AS QUESTÕES POLÍTICAS COMO GUERRA, DESDE (MUITO JOVEM) ENCABEÇOU UMA EXPEDIÇÃO PELO NILO ABAIXO, ATÉ CHEGAR NA TERRA DE KUSH E DEBELAR AQUELAS TRIBOS BÁRBARAS. PARA MOISÉS, MATAR INFIÉIS PARA DEFENDER A HONRA DE YAHVÉH ERA A COISA MAIS NATURAL DO MUNDO. ALIÁS, TODA A VIDA DE MOISÉS É PONTILHADA OU DE LUTAS OU DE MORTES (PARA A GLÓRIA DO SENHOR DEUS). EM SEGUNDO LUGAR, AKHENATON APARECE TENDO SEMPRE AO SEU LADO A RAINHA NEFERTITI. ERA ESTA UMA MANIFESTAÇÃO INTENCIONAL DA SUA FILOSOFIA DE VIDA. ELE CONSIDERAVA A DIVINDADE COMO SENDO A PLENITUDE DO SER; O SER TOTAL. ORA, ESTA PLENITUDE EXIGE TANTO O ASPECTO DA POTENCIALIDADE COMO O ASPECTO ATIVO, REALIZADOR. (UM DEUS SOMENTE "ATO PURO"; PERFEITAMENTE IMÓVEL POR QUE JÁ É TUDO-COMO OS TEÓLOGOS TOMISTAS QUERIAM QUE FOSSE, NÃO PASSA DE UM ABSURDO LÓGICO!) ORA, ESTE ASPECTO DE POTENCIALIDADE, AQUI NA TERRA, É BEM EXPRESSO PELO CONCEITO DA CONTÍNUA CRIAÇÃO DE FORMAS VIVAS E MATERIAS, POIS É A MATÉRIA QUE RECEBE FORMAS INFINITAS DE SER, ISTO É, DE EXIGÊNCIA. NESTE SENTIDO, A MATÉRIA É NECESSÁRIA POR QUE SÓ ELA PERMITE AS MANIFESTAÇÕES "EXTERNAS" DO "ATO PURO", OU SEJA, É NA POTENCIALIDADE DA MATÉRIA QUE O "ATO PURO" SE EXPRESSA E EXPANDE EVOLUINDO. NESTE SENTIDO, ENTENDE-SE POR QUE SERIA UM ABSURDO ADMITIR UM DEUS SEM CRIAÇÃO. NESTE SENTIDO TAMBÉM JESUS DISSE CERTA VEZ: " MEU PAI ESTÁ SEMPRE AGINDO"("EÓS ARTÍ", EM GREGO; OU SEJA: AINDA AGORA; SEMPRE). DE ACORDO COM ESTE CONCEITO, TANTO O ASPECTO DA ATUALIDADE, COMO ASPECTO DA POTENCIALIDADE QUE ENCONTRAMOS EM DEUS SÃO EXPRESSOS NA CRIAÇÃO: O MACHO, ENQUANTO POLARIDADE POSITIVA, TORNA REAL A ATUALIDADE; A FÊMEA, ENQUANTO POLARIDADE RECEPTIVA, REALIZA A POTENCIALIDADE DA CRIAÇÃO. PORTANTO, AKHENATON E NEFERTITI, JUNTOS EXPRESSAM A PLENITUDE DA DIVINDADE. MOISÉS, PELO CONTRÁRIO, APESAR DE CASADO, NUNCA APARECE COM SUA MULHER; NESTE SENTIDO A DIVINDADE É PARA ELE ATUALIDADE ABSOLUTA. O FATO, PORÉM DE TER ESCRITO QUE DEUS CRIOU ADÃO E EVA- O HOMEM E A MULHER - COMO ÚNICA IMAGEM DE SI SIGNIFICA, DE FORMA VELADA, QUE ELE CONHECIA AS IDÉIAS QUE NORTEAVAM AKHENATON. E ASSIM TANTO OS AMARNIANOS COMO OS HEBREUS TOMARAM CONSCIÊNCIA DA FILOSOFIA DE SEUS LÍDERES ESPIRITUAIS. E NO FIM DE TUDO? NO FIM DE TUDO AMARNA É DESTRUÍDA E OS HINOS A ÁTON SÃO PERDIDOS: SOMENTE UM CHEGOU ATÉ NÓS. TAMBÉM JERUSALÉM SEU TEMPLO FORAM DESTRUÍDOS E A "SEFERBE-RECHÍT".(O GÊNESIS) SOFREU UMA TRANSFORMAÇÃO INESPERADA, POIS MOISÉS O ESCREVEU EM HIERÓGLIFOS QUE CONTINHAM TRÊS SENTIDOS.E SALOMÃO MANDOU ESCREVER O TEXTO (QUE MUITOS SABIAM DE COR) EM CARACTERES FENÍCIOS E DEPOIS DO CATIVEIRO DE BABILÔNIA, ESDRA O TRADUZIU PARA O ARAMEU-CALDAICO! MAIS TARDE "SETENTA SÁBIOS" E DEPOIS SÃO GERÔNIMO O TRADUZIRAM RESPECTIVAMENTE PARA O GREGO E PARA O LATIM! DESTE MODO FOI PERDIDA A INTERPRETAÇÃO ORAL DO TEXTO DE MOISÉS.(A IGREJA CATÓLICA CONTENTA-SE EM DIZER QUE O TEXTO DE SÃO GERÔNIMO " NÃO CONTÉM ERROS"... DE QUE ERROS SE TRATA. SÓ DEUS SABE!) E POR ÚLTIMO TAMBÉM O CONCEITO DE UM DEUS "IMPESSOAL" DESMORONOU. O MONOTEÍSMO INTRANSIGENTE SE TRANSFORMOU NA CONCEPÇÃO TRINITÁRIA... ATÉ HOJE NÃO ENTENDO COMO JESUS FALE DA TRINDADE SÓ NO ÚLTIMO DIA EM QUE ESTAVA AQUI NA TERRA. DESTE MODO VOLTOU O MAIS VELHO ANTROPOMORFISMO DA HUMANIDADE. MAS TODOS OS BRANCOS, PRETOS, AMARELOS E VERMELHOS, SABEM QUE EXISTE UM ÚNICO DEUS E O RESTO É FANTASIA ANTIGA. ADRIANO PINHEIRO/ALAOR COUTINHO

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Nietzsche e a religião

Todo aquele que se interrogar pela concepção de Friedrich Nietzsche com relação ao cristianismo e à religião em geral deve dar um passo a mais na sua interrogação e perguntar-se pela concepção que tem o filósofo dos valores que até então atravessaram a história da moral ocidental e a história de toda moral. Um passo a mais será ainda necessário na medida em que, para Nietzsche, o que realmente subjaz à criação e à destruição dos valores são as forças e as relações de forças que não cessam de se superar, de se recriar, de se repetir, de se renovar, de se excluir e de se incluir numa dinâmica recíproca que permeia, invade, domina e determina toda a realidade, todo o existir, todo o ser. Com efeito, se existe um problema que acompanhou e obsedou o discípulo de Dioniso, esse foi o problema das forças e das relações de forças responsáveis pela criação e pela destruição, pela construção e pela demolição dos diferentes valores. Embora a vontade de potência só se encontre plena e explicitamente elaborada no terceiro e último período do filósofo – que, na minha leitura, começa com Aurora (1881) e se estende até os últimos escritos (1888) –, este conceito já se faz presente no primeiro período – dominado pelas análises em torno da tragédia e da cultura grega em geral – e também no segundo, com Humano, Demasiado Humano I e II (1878-1880), cuja característica principal é o deslocamento de acento para um determinado tipo de moral, a moral utilitária. Dos três conceitos básicos de Nietzsche – a vontade de potência, o niilismo e o eterno retorno –, foram os dois primeiros que principalmente pontilharam e fundamentalmente marcaram o desenrolar e a dinâmica de seu pensamento e de sua escrita. O niilismo, que é essencialmente inerente à vontade de potência, é ambíguo na medida em que se desdobra como uma contínua destruição dos antigos valores e, simultaneamente, como uma construção de novas e imprevisíveis interpretações, valorações, significações. Recriações. Não há, pois, um demolir para depois construir; há antes uma aniquilação e uma reedificação que se fazem concomitantemente, simultaneamente, na repetição e na diferença, na satisfação e na insatisfação, no gozar e no querer-mais. Convém ressaltar que as religiões, e o cristianismo em particular, não são sinônimos de niilismo, embora, na perspectiva de Nietzsche, não se possa conceber uma religião que não moralize e, consequentemente, não encerre uma tábua ou uma hierarquia de valores. A religião cristã e as religiões orientais não subsumem o niilismo, que é um movimento muito mais amplo e do qual, enquanto forças niilistas da decadência, estas se apresentam como expressões ou manifestações essenciais. Não se pode pensar na concepção nietzschiana do judeu-cristianismo e do budismo sem vinculá-la à sua visão da religião grega no tempo da tragédia e à crítica que, já na sua primeira fase, ele endereçara à filosofia de Schopenhauer. Os deuses do Olimpo e o Deus judaico-cristão Com efeito, já nos seus primeiros escritos, Nietzsche denuncia o fundo moral e as relações de forças a ele subjacentes que disputam entre si a potência sob os mais variados disfarces e os mais sublimes, nobres, elevados e espirituais atributos. Segundo Nietzsche, há basicamente dois tipos de forças: as forças que afirmam e enaltecem a vida e aquelas que, ao contrário, a denigrem, depreciam, caluniam e rebaixam. Eis a razão pela qual, já na Visão Dionisíaca do Mundo (1870) – escrito póstumo que data de dois anos antes da publicação do Nascimento da Tragédia –, o filósofo fazia ressaltar a superioridade da religião grega sobre as demais religiões, porquanto os deuses gregos que descrevem Homero, Hesíodo e Epicuro não são divindades que exprimem a indigência, a ascese ou o dever, mas, antes, criaturas que apontam para um excesso de força, de seiva e, consequentemente, para tudo aquilo que a vida tem de belo, de bom, de mau, de transbordante, de afirmativo e cruel. Os artistas que forjaram esses deuses eram, pois, senhores de uma fantasia genial que, projetando suas próprias imagens sobre o céu azul da Grécia, construíram um Olimpo onde essas formas podiam respirar o triunfo da potência juntamente com um sentimento de exuberância e justificação da existência e do mundo. Curiosamente, num fragmento póstumo da mesma época – fim de 1869, primavera de 1870 –, Nietzsche analisa essa mesma problemática ao chamar a atenção para a figura do asceta cristão que, ao contrário do artista heleno, encarna o tipo do negador e destruidor da natureza. Para o autor de , as direções ascéticas são o que há de mais hostil e oposto à natureza e à fertilidade que esta encerra. No seu intuito e no seu trabalho subterrâneo de tudo negar e tudo emendar, elas já revelam o que realmente são: frutos enfezados e estiolados que a própria natureza se encarregou de rejeitar, porquanto ela não quer propagar uma raça ou uma espécie de depauperados e enfraquecidos. “O cristianismo só poderia triunfar num mundo degenerado”, diz Nietzsche. A partir dessas considerações, súbito se adivinha: os deuses se apresentam para Nietzsche como reflexos da exuberância ou da indigência de um povo. De sorte que, quanto mais potente e aguerrida for uma nação, tanto mais exibirão os seus deuses as marcas da guerra, da conquista e do orgulho nacional. Inversamente, os deuses dos “bons”, dos falidos e dos fracos não terão senão sentimentos de vingança, de rancor e ressentimento contra tudo aquilo que eleva, transfigura e diz “sim” à vida. É o que Nietzsche já mostrava da maneira mais enfática no escrito de transição, Humano, Demasiado Humano I (1878). É o que ele também dirá num de seus últimos textos, O Anticristo, redigido no final de 1888 e publicado em 1895. No parágrafo 114 de Humano, Demasiado Humano, que tem sintomaticamente por título “O Não-grego no Cristianismo”, o filósofo declara que os helenos não olhavam para os deuses homéricos como seres acima deles próprios, à maneira de senhores; não se viam tampouco abaixo dos deuses, como servos, ao modo dos judeus. “Viam como que apenas a imagem em espelho dos exemplares de sua própria casta que melhor vingaram; portanto, um ideal, não um contrário de sua própria essência.” Onde, porém, os deuses olímpicos se eclipsavam, a vida grega também se revelava mais sombria, mais inquieta e ameaçada de arruinar-se. “O cristianismo, por sua vez” – conclui o filósofo –, “esmagou e alquebrou completamente o homem, e o mergulhou como que em um profundo lamaçal.” No Anticristo, Nietzsche verá essa mesma dialética em ação no seio do próprio judaísmo, na medida em que ele considera a época dos reis o período mais rico, mais próspero e potente da história de Israel. Consequentemente, Javé era a manifestação da consciência que este povo possuía da sua própria soberania, da sua força e alegria de viver. Portanto, através de Javé o povo esperava vitória e libertação; por meio dele depositavam confiança na natureza para que esta lhes concedesse aquilo de que mais necessitavam: chuva e uma colheita abundante. No entanto, essa época também devia chegar a um fim, ao qual Nietzsche atribui três causas principais: a anarquia interior, a ameaça assíria do exterior e a ascensão da classe sacerdotal ao poder. Gradualmente, portanto, o Deus de Israel, que até então refletia o orgulho e o amor-próprio de seu povo, viu-se reduzido a um Deus condicionado e vinculado a preceitos morais: toda felicidade era vista como uma retribuição pela obediência a Javé; todo infortúnio era, ao invés, recebido como uma punição pela desobediência a ele infligida. Se esta é, pois, uma das perspectivas a partir das quais Nietzsche analisa a religião dos gregos e aquela que brotou do solo e do povo judeu, como então ele considera o budismo e a sua relação com a filosofia de Schopenhauer? Schopenhauer, a tragédia e a negaçãobudista da vontade Na época em que Nietzsche redigia O Nascimento da Tragédia – publicado em janeiro de 1872 –, ele se achava sob a quase total influência de Schopenhauer. Assim, para o discípulo de Dioniso, a sabedoria trágica reproduzia, por meio da ilusão apolínea e da música dionisíaca, a mais íntima essência do mundo, da natureza, dos homens, da vontade ou, em suma, do Uno originário. No que diz respeito especificamente à música dionisíaca, esta se apresentava como um espelho sobre o qual se refletia a própria vontade universal, que nos chega como a verdade eterna ou, mais exatamente, como a verdade que jorra do fundo ou do núcleo do Uno originário. Sem embargo, na própria obra O Nascimento da Tragédia – e mesmo em alguns textos que a preludiam –, já se vê desenhar uma tomada de posição crítica vis-à-vis de Schopenhauer. E esta posição só tenderia a acentuar-se à medida que Nietzsche fosse também se distanciando do autor de O Mundo Como Vontade e Representação. Destarte, na seção 7 daquela obra, Nietzsche critica Schopenhauer justamente naquilo que o filósofo tem de comum com o budismo: a resignação e a negação da vontade diante do sofrimento que acarreta todo desejo. Ora, na perspectiva do discípulo de Dioniso, a consolação metafísica que suscita a tragédia, e que se encarna no coro satírico, é toda ela entretecida de gozo, o gozo na sua potência indestrutível que afirma a vida, apesar do caráter mutável do mundo fenomênico. Por conseguinte, o heleno profundo que o coro vem consolar – e que lança seu olhar sobre as forças demolidoras da natureza – corre ele também o risco de “aspirar a uma negação budística da vontade”. No entanto, a arte vem em seu socorro para redimi-lo, mas, “pela arte, é a própria vida que o redime para si mesma”. Num fragmento póstumo do verão-outono de 1884, que faz parte de seu terceiro e último período, Nietzsche se mostrará ainda mais incisivo com relação às forças niilistas da decadência, que, por natureza, são negadoras da vida e de tudo aquilo que ela tem de fértil, de belo, de abundante, de potente, de tenso, de deleitoso e sensual. Com efeito, nada repugna mais a Nietzsche do que uma religião cuja moral recomenda a domesticação dos instintos e a supressão do prazer. Esta é “uma medida de emergência tomada por naturezas que não conhecem o critério da medida e que não têm outra escolha senão a de se tornarem libertinos e porcos, ou então ascetas”. Essas naturezas – continua o filósofo – encontraram no cristianismo e no budismo um modo de pensar que é, no mais alto grau, adaptado a toda a escória dos decadentes, dos doentes e malogrados da existência. Pode-se, pois, perdoar-lhes o fato de denegrirem um mundo onde foram malsucedidos. “Mas faz parte da nossa sabedoria considerar essas doutrinas e religiões como grandes manicômios e casas de reclusão.” Em Para Além de Bem e Mal (1886), parágrafo 56, Nietzsche defenderá uma reflexão aprofundada sobre o pessimismo livre “da estreiteza e da simplicidade semicristã e semialemã” que, segundo ele, se exprimiram por último na filosofia de Schopenhauer. Assim, prossegue o filósofo, todo aquele que tiver lançado um olhar nos abismos do pensamento mais radicalmente negador – um olhar “para além de bem e mal e não mais, como Buda e Schopenhauer, na órbita da moral e de sua ilusão” – chegará talvez a abraçar um ideal totalmente oposto: o ideal do homem mais generoso, mais exuberante e mais afirmativo que possa existir. Ora, conquanto o problema central da filosofia de Nietzsche esteja nas forças e nas relações de forças que não cessam de se superar e de se recriar, retorna inevitavelmente a questão: não seriam justificados todos os seus ataques contra a religião, ou as religiões, justamente por elas se apresentarem, na sua perspectiva, como as manifestações essenciais das forças niilistas da decadência?